Durante a semana mal saio do apartamento. Ele é grande e espaçoso, circulo sem pretensões de chegar a qualquer lugar. Os dias são quase todos iguais. Raramente algo acontece. Algumas semanas passam muito rápido. Outras, muito devagar. Vivo pela sexta-feira e pelo sábado. Não sei o que vai ser de mim quando meus cursos acabarem. O desespero me cutuca de leve quando me faço essa pergunta. Enlouqueceria sem uma perspectiva semanal de deixar essas paredes. Talvez seja isso o que me espera. Não sei para onde ir. Sei onde não quero ficar.
Olho cuidadosamente minha lista de contatos, busco um ombro amigo que vá ouvir a meus lamentos e não atribuir a ele importância alguma ao mesmo tempo em que entenda que, nesse instante, eles são tudo o que existe. Não busco soluções aos meus problemas. Não busco sermões. Ao passar os olhos sobre essa lista de contatos, busco uma confirmação de não estar sozinha no momento de lamento, na reflexão da impermanência. E, não raro, estou.
Minhas aflições se empilham ao lado da cama, enrolo-me no edredom, abraço ao travesseiro e adormeço entre preces de um sono tranquilo.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Antes de dormir
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