Não sei se você se lembra, naquele dia na porta do aloha, enquanto nos beijamos, talvez pela primeira vez, alguma música romântica de filme começou a tocar ao fundo (seguida provavelmente por alguém cantando ela meio mal - afinal estávamos num karaokê) e eu, em tom de deboche, disse que era brega. Você sorriu e disse que gostava, talvez disse que achava fofo ou romântico, algo delicado e tímido que você diria. Talvez tenha sido aí que eu me dei conta de que estava na presença de alguém especial. Você não teve medo de viver um momento romântico, você não teve medo de ser frágil. Aquilo me deixou levemente atônita. Momentos antes você estava travado sem conseguir achar a brecha certa para me beijar e no instante seguinte estava ali, completamente exposto. Que ousadia.
Que ousadia ser alguém entregue e romântico nos dias de hoje em que tudo é descaso e passageiro. Eu te quis. Eu te quis muito. Eu quis entender de onde vinha aquela força, quis partilhar dela.
Eu quis viver num mundo não-irônico onde gostar de uma música romântica era acreditar no amor. Tudo o que eu queria era acreditar. E naquele momento, seu dar de ombros foi um "por que não?".
Você me estendeu a mão e me levou contigo.
sábado, 14 de dezembro de 2019
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