Queria começar o ano com uma postagem inspirada depois de sumir por tanto tempo.
A verdade é que as coisas continuam como estavam: picos de otimismo, foco e determinação alternados a uma desesperança enorme, uma vontade de desistir (que chega a me assustar). A certeza que preciso estudar, preciso de disciplina, preciso respeitar meu tempo e viver um dia de cada vez, alternado a certeza lancinante de que tudo é em vão e é isso.
Ás vezes acho que eu que sou loucona. Mas se eu o sou, também são meus amigos. Ou desempregados, ou mal pagos, sem perspectivas de autonomia financeira de verdade, sem perspectiva de um momento para se estabelecer como "adultos de verdade". Talvez seja nosso momento. Um momento de desesperança em que queremos continuar tentando, em que queremos acreditar que vai dar tudo certo, que vamos dar todos certo. E a gente continua sonhando nossos sonhos que são os mesmo há muito tempo (apesar de não haver mais muito tempo pra sonhar). Fazemos piadas de nós mesmos, os memes nos tiram risos no ônibus lotado a caminho do trabalho. A gente segue.
Não tenho palavras inspiradoras. Não me sinto particularmente inspirada. A gente segue porque precisa seguir.
Passei uns bons dias sem desenhar, sem querer mexer com isso, pensar nisso. Até me dar conta que sentia saudades, que é isso que eu amo fazer, que é isso que eu estudo pra conseguir fazer, que é isso que meu braço coçar em momentos de desconforto em reuniões no geral. Abrir novamente o caderno e desenhar tem sido um expurgo, apesar de seu fardo. É tudo assim. É isso, mas também, ao mesmo tempo, é aquilo. As coisas são muitas coisas. São várias coisas ao mesmo tempo, coisas opostas. Minha salvação e danação residem na folha em branco. É isso. Sigo.
Paciência e fé, né não?
Paciência e fé, né não?
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