domingo, 11 de junho de 2017

O tempo de cada coisa

Não adianta. Cada coisa tem seu tempo. Cada ser tem seu tempo. E o tempo é algo sem rei. O máximo que conseguimos (e com alguma dificuldade) é colocar ele a nosso favor. E mesmo assim, isso é bem raro.
Sábado na aula de pintura, no meio de toda a frustração de não estar entendendo nada a ponto do Brão ter que sentar e fazer a pintura TODA pra eu ver como faz, lembrei da época que comecei a estudar desenho. Foi no final de 2009, não raro segurava o choro em aula, lidando com as frustrações iniciais de achar que eu sabia fazer algo e as constatações reais de que não sabia fazer nada. Pensei no tempo que se passou, nos caminhos que meu traço percorreu dentro dele. Me levou por volta de 7 anos para olhar para o meu traço e falar "ok, isso está começando a funcionar". Sete anos. Estou estudando aquarela desde o começo de fevereiro. São 4 meses de estudo não-contínuo, de faltas, de altos e baixos e cara, quão normal é estar uma bosta? Quão ok é eu ainda não estar entendendo como se pensa dentro de uma pintura? Quem aprende qualquer coisa em tão pouco tempo, sabe?
Foi um abraço que eu dei em mim mesma. Enquanto, de olhos cheios, eu olhava aquelas massas de cor e água, eu sussurrei no meu ouvido que preciso dar tempo ao tempo, tempo a prática, tempo ao entendimento. Se em 7 anos eu olhar para minhas pinturas e falar "ok, isso está começando a funcionar",  estarei mais que satisfeita. Se demorar mais, tudo bem. Faz parte. Por enquanto eu continuo, eu lido com meus erros porque sei que é deles que virão meu aprendizado.

pas


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