Sabe quando você precisa de uma coisa e nem você sabia direito que precisava dela e quando ela vem, tudo faz sentido e você pensa "nossa, eu precisava demais disso"? Foi esse festival nesse momento pra mim.
Eu amo cinema. Eu sempre amei cinema. E eu amo animação. Eu demorei um tempo pra entender que animação era a forma que eu mais amava de cinema e a forma de cinema que eu quero fazer. E no momento que isso ficou claro, isso ficou explicitamente claro e inquestionável. Só que... No meio de tanto estúdio grande fazendo tanta coisa pasteurizada, a gente não pode se esquecer a multiplicidade de coisas que a animação é e o tanto de gente envolvida em projetos que buscam coisas bem diferentes do "mercado". E festivais estão aí pra isso.
O Anima Mundi é o maior festival de animação da América Latina e esse ano completou 25 anos de existência, ele ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo também mostras itinerantes pelo Brasil. Dentro da programação deles tem a exibição de sessões competitivas e não-competitivas de curta metragem e de longa metragens, oficinas voltadas pro público em geral de stop motion, pixilation, tem o Papo Animado e o Anima Forum, que é um evento á parte voltado pra quem é da área mesmo. Esse ano em São Paulo, o evento tinha sessões no Centro Cultural São Paulo, no cinema Caixa Belas Artes, no Centro Cultural Banco do Brasil e na Cinemateca entre os dias 26 a 30 de Julho.
Foi meu quarto ano de anima mundi e só fui descobrir o que eram as sessões do Papo Animado dessa vez! E assim que descobri fiquei determinada a ir em todos! Convidados escolhidos nacionais e internacionais exibem seu trabalho e conversam sobre ele, falando sobre sua trajetória profissional e de vida, falando sobre processo, sobre motivações. Esse ano assisti as palestras de Theodore Ushev, Walter Tournier, Michael Dudok de Wit e o filho e neto de Ruy Perotti. Também tive a oportunidade de assistir a palestra do Robert Valley no Anima Forum. Foram todas experiências bem inspiradoras e vi trabalhos muito, muito bons.

Eu e o Heitor fizemos uma animaçãozinha tosca nos quinze minutos que tínhamos entre uma sessão e outra na oficina de massinha no CCSP, com personagens que criamos na hora (tá ali embaixo no Bônus, vai lá dar uma olhada).
Também tive oportunidade de conhecer pessoalmente animadores que conhecia o trabalho através da internet, trocar idéia com gente de outros lugares do Brasil e de adquirir o livro "Trajetória do Cinema de Animação no Brasil" que foi um projeto da Ana Flávia Marcheti que rolou pelo Catarse com a proposta de fazer um panorama da animação do país em comemoração aos cem anos do início dela por aqui, com um resultado bem bacana!
Vou colocar aqui alguns trabalhos desses caras que assisti no Papo Animado e que consegui achar online pra quem tiver interesse em assistir:
Blind Vaysha do Theodore Ushev:
Alto el Juego do Walter Tournier:
Father and Daughter do Michael Dudok de Wit:
Shinjuku do Robert Valley:
Através desse link você pode baixar o folheto do evento e ver todos os curtas e longas que foram selecionados: clique aqui
BÔNUS
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