Durante a semana mal saio do apartamento. Ele é grande e espaçoso, circulo sem pretensões de chegar a qualquer lugar. Os dias são quase todos iguais. Raramente algo acontece. Algumas semanas passam muito rápido. Outras, muito devagar. Vivo pela sexta-feira e pelo sábado. Não sei o que vai ser de mim quando meus cursos acabarem. O desespero me cutuca de leve quando me faço essa pergunta. Enlouqueceria sem uma perspectiva semanal de deixar essas paredes. Talvez seja isso o que me espera. Não sei para onde ir. Sei onde não quero ficar.
Olho cuidadosamente minha lista de contatos, busco um ombro amigo que vá ouvir a meus lamentos e não atribuir a ele importância alguma ao mesmo tempo em que entenda que, nesse instante, eles são tudo o que existe. Não busco soluções aos meus problemas. Não busco sermões. Ao passar os olhos sobre essa lista de contatos, busco uma confirmação de não estar sozinha no momento de lamento, na reflexão da impermanência. E, não raro, estou.
Minhas aflições se empilham ao lado da cama, enrolo-me no edredom, abraço ao travesseiro e adormeço entre preces de um sono tranquilo.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Antes de dormir
domingo, 27 de agosto de 2017
Estudos em Aquarela
Segue alguns estudos em aquarela baseado em referências, ou de fotos ou de pinturas, que eu fiz nos últimos tempos tanto em casa como em aula, na Quanta.
Mais com um fim de organização que qualquer outra coisa!
Mais com um fim de organização que qualquer outra coisa!
É isso ai, daqui um tempo eu faço mais um apanhadão desses! :D
#pas
sábado, 26 de agosto de 2017
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Sam e Frodo
O Senhor dos Anéis do Tolkien foi meu livro favorito na adolescência e marcou muito minha vida como um todo, de tempos em tempo pego para reassistir a trilogia de filmes estendidas. Nesse final de semana fiz uma tentativa dessa maratona com um amigo, mas chegamos no meio do segundo filme... Ficou a vontade de desenhar esses queridos que estão presente no meu imaginário desde tão cedo! <3
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Menininha e Poodles Gigantes!
Se você souber por onde andar, o instagram pode ser um lugar muito confortável, cheio de crianças e animais bonitinhos (quer dizer, se você se sente confortável olhando para crianças e animais, claro, que é meu caso) na internet.
Na outra semana um site nacional estava divulgando a conta de uma menininha japonesa que tem 3 poodles gigantes e postam fotos deles juntos! É a coisa mais bonitinha! A Conta é @tamanegi.qoo.riku. E eu PRECISEI pintar ela e o seu cachorrão! <3
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Saraswati
Quando minha mãe foi pra Índia, ela me trouxe um livrinho com várias imagens representando um pouco da cultura local... Posters de bollywood, imagens de deuses, etc. Folheando-o encontrei Saraswati, a deusa da sabedorias, das artes e da música. Achei apropriado fazer esse estudo em aquarela.
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Personagens - Espíritos do Bosque
Tenho desenvolvido as personagens de minha HQ "Espíritos do Bosque"e vim aqui compartilhar com vocês. Esses foram os estudos mais recentes, porém ainda não são a versão final das personagens que, entre outras alterações, vai incluir a paleta de cor delas.
segunda-feira, 31 de julho de 2017
Anima Mundi 2017
Sabe quando você precisa de uma coisa e nem você sabia direito que precisava dela e quando ela vem, tudo faz sentido e você pensa "nossa, eu precisava demais disso"? Foi esse festival nesse momento pra mim.
Eu amo cinema. Eu sempre amei cinema. E eu amo animação. Eu demorei um tempo pra entender que animação era a forma que eu mais amava de cinema e a forma de cinema que eu quero fazer. E no momento que isso ficou claro, isso ficou explicitamente claro e inquestionável. Só que... No meio de tanto estúdio grande fazendo tanta coisa pasteurizada, a gente não pode se esquecer a multiplicidade de coisas que a animação é e o tanto de gente envolvida em projetos que buscam coisas bem diferentes do "mercado". E festivais estão aí pra isso.
O Anima Mundi é o maior festival de animação da América Latina e esse ano completou 25 anos de existência, ele ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo também mostras itinerantes pelo Brasil. Dentro da programação deles tem a exibição de sessões competitivas e não-competitivas de curta metragem e de longa metragens, oficinas voltadas pro público em geral de stop motion, pixilation, tem o Papo Animado e o Anima Forum, que é um evento á parte voltado pra quem é da área mesmo. Esse ano em São Paulo, o evento tinha sessões no Centro Cultural São Paulo, no cinema Caixa Belas Artes, no Centro Cultural Banco do Brasil e na Cinemateca entre os dias 26 a 30 de Julho.
Foi meu quarto ano de anima mundi e só fui descobrir o que eram as sessões do Papo Animado dessa vez! E assim que descobri fiquei determinada a ir em todos! Convidados escolhidos nacionais e internacionais exibem seu trabalho e conversam sobre ele, falando sobre sua trajetória profissional e de vida, falando sobre processo, sobre motivações. Esse ano assisti as palestras de Theodore Ushev, Walter Tournier, Michael Dudok de Wit e o filho e neto de Ruy Perotti. Também tive a oportunidade de assistir a palestra do Robert Valley no Anima Forum. Foram todas experiências bem inspiradoras e vi trabalhos muito, muito bons.

Eu e o Heitor fizemos uma animaçãozinha tosca nos quinze minutos que tínhamos entre uma sessão e outra na oficina de massinha no CCSP, com personagens que criamos na hora (tá ali embaixo no Bônus, vai lá dar uma olhada).
Também tive oportunidade de conhecer pessoalmente animadores que conhecia o trabalho através da internet, trocar idéia com gente de outros lugares do Brasil e de adquirir o livro "Trajetória do Cinema de Animação no Brasil" que foi um projeto da Ana Flávia Marcheti que rolou pelo Catarse com a proposta de fazer um panorama da animação do país em comemoração aos cem anos do início dela por aqui, com um resultado bem bacana!
Vou colocar aqui alguns trabalhos desses caras que assisti no Papo Animado e que consegui achar online pra quem tiver interesse em assistir:
Blind Vaysha do Theodore Ushev:
Alto el Juego do Walter Tournier:
Father and Daughter do Michael Dudok de Wit:
Shinjuku do Robert Valley:
Através desse link você pode baixar o folheto do evento e ver todos os curtas e longas que foram selecionados: clique aqui
BÔNUS
terça-feira, 25 de julho de 2017
Cyclists are advised to dismount
Depois de anos sem entrar direito do tumblr, eu recebi um email da equipe deles e decidi abrir... E, se você não conhece o tumblr, eu vou te explicar de uma forma simples como funciona: você vai indo pra baixo da tela infinitamente enquanto coisas aleatórias aparecem. E ele já era assim antes de todas essas redes. Claro que quem você segue vai ser o que aparece no seu feed, mas a gente nunca sabe que tipo de coisa as pessoas (na maioria desconhecidos) que a gente segue vai postar.
E lá fui eu, nisso apareceu um monte de fotos antigas com casais de mulheres (depois fui pesquisar e o pessoal fala que é um casal mulher-homem nessa foto específica, mas vamos fingir que não lemos isso) e, entre elas, essa fotografia fantástica aí do lado. O que eu pensei na hora? Eu preciso desenhar isso. Foi o que eu fiz. Só que, depois de dias batendo a cabeça na parede, eu finalmente fiz uma ilustração que caminha no sentido que eu quero estar.
Muito satisfeita, por ora.
Ilustração feita com lápis de cor.
Um Abraço perdido na TL
As redes sociais são um grande monstro, não é mesmo? O pessoal vem com o papo de "depende como você usa, depende sua relação com elas" e cara, me diz uma pessoa que não se sinta mal usando esse negócio que daí a gente conversa. E não um se sentir mal superficial... Superficialmente a gente tá rindo de memes, mas um desconforto não localizado que surge logo em seguida do impulso de abrir o facebook, o instagram, o que seja. Enfim, não posso falar pela experiência dos outros, só pela minha... E isso descreve bem a minha.
Porém as vezes aparecem algumas coisas no momento certo, como aquilo que você precisava ouvir, ou se lembrar, foi um pouco do que aconteceu ontem. Estava eu descendo na timeline do facebook, lidando com minha falta de auto-confiança, falta de auto-estima, crises de ansiedade, auto-sabotagem... Quando eu cruzo o caminho com esse vídeo:
"And take your time babe
It's not as bad as it seems, you'll be fine babe
It's just some rivers and streams in between
You and where you wanna be"
Porém as vezes aparecem algumas coisas no momento certo, como aquilo que você precisava ouvir, ou se lembrar, foi um pouco do que aconteceu ontem. Estava eu descendo na timeline do facebook, lidando com minha falta de auto-confiança, falta de auto-estima, crises de ansiedade, auto-sabotagem... Quando eu cruzo o caminho com esse vídeo:
"And take your time babe
It's not as bad as it seems, you'll be fine babe
It's just some rivers and streams in between
You and where you wanna be"
Foi um abraço longo e gostoso, sabe? E achei válido compartilhar com vocês.
sábado, 22 de julho de 2017
Um urso, quatro acabamentos
Fazia tempo que eu não desenhava ursos. Na verdade fazia tanto tempo que quando fui tentar, achei todos que fiz muito feio. Ontem comecei o dia desenhando um e gostei. Gostei e quis ver o que dava pra fazer com aquele desenho, sabe?
O primeiro que fiz foi esse, no sulfite finalizado com caneta pincel média:
É isso aí, pessoal!
Beijos! o/
O primeiro que fiz foi esse, no sulfite finalizado com caneta pincel média:
Em seguida, (tive que scannear o desenho e imprimir menor pra passar a limpo porque o original estava um pouco maior que um A4) passei para o papel de aquarela e fiz uma primeira tentativa:
Eu gostei de vários aspectos da primeira tentativa, mas ainda achei que dava pra melhorar e fiz a segunda, com um pensamento mais voltado para "colorir" que "pintar, segue:
Não satisfeita, como eu já tinha tido que scannear mesmo pra diminuir pra passar pro papel de aquarela, peguei o arquivo scanneado e colori no photoshop. Foquei em colocar um padrão no fundo (que no fim das coisas foi a única coisa que valeu a pena rs). Esse mesmo passou por diversas fases e confesso que, mesmo nessa que parou, não fiquei tão feliz com o resultado. Mas né, como tudo, é um aprendizado!
É isso aí, pessoal!
Beijos! o/
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Refazendo um desenho de 2008
Às vezes vejo um pessoal na internet refazendo desenhos antigos e fiquei muito afim de fazer isso. Achei, erroneamente, que ia ser uma tarefa tranquila, afinal, estou há tantos anos estudando, é evidente que alguma coisa eu melhorei.
Escolhi uma ilustração em que a proposta era desenhar minha casa dos sonhos no que, na época, era meu terreno dos sonhos. Na nova versão, mantive o mesmo conceito e tentei manter o enquadramento e alguns dos elementos que considerei importantes.
Só que eu fui muito trouxa (como de costume) e peguei um cenário pra refazer. E vamos ser bem claros, eu estou estudando há algum tempo, mas meu estudo de cenário foi mínimo. Logo, o resultado foi bem frustrante. E tipo, fiz tudo errado, escolhi fazer no digital que é um meio que eu ainda não me sinto super confortável. Aí, enfim. Eu até pensei em refazer (mais uma vez) no tradicional pra eu me situar melhor, porém, quando fui ver, já estava saturada do desenho e não tava mais rolando de forma natural.
Deixo aqui o registro, o trabalho de 2008 e o de 2017:
Escolhi uma ilustração em que a proposta era desenhar minha casa dos sonhos no que, na época, era meu terreno dos sonhos. Na nova versão, mantive o mesmo conceito e tentei manter o enquadramento e alguns dos elementos que considerei importantes.
Só que eu fui muito trouxa (como de costume) e peguei um cenário pra refazer. E vamos ser bem claros, eu estou estudando há algum tempo, mas meu estudo de cenário foi mínimo. Logo, o resultado foi bem frustrante. E tipo, fiz tudo errado, escolhi fazer no digital que é um meio que eu ainda não me sinto super confortável. Aí, enfim. Eu até pensei em refazer (mais uma vez) no tradicional pra eu me situar melhor, porém, quando fui ver, já estava saturada do desenho e não tava mais rolando de forma natural.
Deixo aqui o registro, o trabalho de 2008 e o de 2017:
quarta-feira, 14 de junho de 2017
Paterson e a poesia do cotidiano
Jim Jarmusch em seu filme Paterson (2016) retrata uma semana na vida de um motorista de ônibus poeta. Paterson, nome do protagonista e da cidade em que ele vive e trabalha, leva uma vida simples com sua esposa e seu cachorro. Ele acorda todos os dias pela manhã sem o auxílio de um despertador, ele cumpre seu horário como motorista, ele volta para sua casa, janta com sua esposa, sai para passear com o cachorro e tomar uma cerveja. Em meio a tudo isso, ele faz poesia.
O que é fazer poesia?
É estar no mundo, senti-lo com todos os canais que lhe seja possível.
É observá-lo mesmo quando não possuir olhos,
é escutá-lo mesmo quando tudo o que se ouve são ruídos,
e é tocá-lo mesmo quando ele está fora de alcance.
E depois de tudo isso, transformar em palavras, em pontos, em quebras de linha.
Paterson faz poesia aceitando sua natureza, aceitando o mundo pelo que ele é. O caos se organiza conforme as palavras ganham vida no papel, criando uma estrutura, um sentido, uma sonoridade.
Não sabemos quase nada sobre o passado ou mesmo o futuro daquela pessoa, entretanto, ao ouvir seus poemas, ganhamos acesso ao seu presente. E isso é fantástico.
P.S. E o Adam Driver, né gente, que homem.
P.P.S. Eu tinha colocado o trailer, mas o trailer mostra o filme inteiro, vão assistir ao filme direto. Não vejam o trailer.
O que é fazer poesia?
É estar no mundo, senti-lo com todos os canais que lhe seja possível.
É observá-lo mesmo quando não possuir olhos,
é escutá-lo mesmo quando tudo o que se ouve são ruídos,
e é tocá-lo mesmo quando ele está fora de alcance.
E depois de tudo isso, transformar em palavras, em pontos, em quebras de linha.
Paterson faz poesia aceitando sua natureza, aceitando o mundo pelo que ele é. O caos se organiza conforme as palavras ganham vida no papel, criando uma estrutura, um sentido, uma sonoridade.
Não sabemos quase nada sobre o passado ou mesmo o futuro daquela pessoa, entretanto, ao ouvir seus poemas, ganhamos acesso ao seu presente. E isso é fantástico.
P.S. E o Adam Driver, né gente, que homem.
P.P.S. Eu tinha colocado o trailer, mas o trailer mostra o filme inteiro, vão assistir ao filme direto. Não vejam o trailer.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Amortentia
Essa minha playlist é o movimento oposto, é uma renegociação com esse tipo de narrativa. É o momento em que gostaria de crer. Para minha frustração, passo muito tempo ouvindo-a. Ela é brega, ela é tosca. Mas ela me faz sentir. E mais, ela me faz sentir bem. Ela me leva para lugares em que me sinto bem-vinda, em que me sinto adorada.
Quando compartilho ela com vocês, espero que atinja o mesmo efeito. Hoje não venho aqui pregar modelos de relacionamentos, não venho aqui questionar as coisas que pessoas acreditam (ou deixam de acreditar). Hoje só venho aqui para tentar colocar um sorriso bobo no rosto de quem se doar a tal aventura.
Feliz dia dos namorados! :3
domingo, 11 de junho de 2017
O tempo de cada coisa
Não adianta. Cada coisa tem seu tempo. Cada ser tem seu tempo. E o tempo é algo sem rei. O máximo que conseguimos (e com alguma dificuldade) é colocar ele a nosso favor. E mesmo assim, isso é bem raro.
Sábado na aula de pintura, no meio de toda a frustração de não estar entendendo nada a ponto do Brão ter que sentar e fazer a pintura TODA pra eu ver como faz, lembrei da época que comecei a estudar desenho. Foi no final de 2009, não raro segurava o choro em aula, lidando com as frustrações iniciais de achar que eu sabia fazer algo e as constatações reais de que não sabia fazer nada. Pensei no tempo que se passou, nos caminhos que meu traço percorreu dentro dele. Me levou por volta de 7 anos para olhar para o meu traço e falar "ok, isso está começando a funcionar". Sete anos. Estou estudando aquarela desde o começo de fevereiro. São 4 meses de estudo não-contínuo, de faltas, de altos e baixos e cara, quão normal é estar uma bosta? Quão ok é eu ainda não estar entendendo como se pensa dentro de uma pintura? Quem aprende qualquer coisa em tão pouco tempo, sabe?
Foi um abraço que eu dei em mim mesma. Enquanto, de olhos cheios, eu olhava aquelas massas de cor e água, eu sussurrei no meu ouvido que preciso dar tempo ao tempo, tempo a prática, tempo ao entendimento. Se em 7 anos eu olhar para minhas pinturas e falar "ok, isso está começando a funcionar", estarei mais que satisfeita. Se demorar mais, tudo bem. Faz parte. Por enquanto eu continuo, eu lido com meus erros porque sei que é deles que virão meu aprendizado.
pas
Sábado na aula de pintura, no meio de toda a frustração de não estar entendendo nada a ponto do Brão ter que sentar e fazer a pintura TODA pra eu ver como faz, lembrei da época que comecei a estudar desenho. Foi no final de 2009, não raro segurava o choro em aula, lidando com as frustrações iniciais de achar que eu sabia fazer algo e as constatações reais de que não sabia fazer nada. Pensei no tempo que se passou, nos caminhos que meu traço percorreu dentro dele. Me levou por volta de 7 anos para olhar para o meu traço e falar "ok, isso está começando a funcionar". Sete anos. Estou estudando aquarela desde o começo de fevereiro. São 4 meses de estudo não-contínuo, de faltas, de altos e baixos e cara, quão normal é estar uma bosta? Quão ok é eu ainda não estar entendendo como se pensa dentro de uma pintura? Quem aprende qualquer coisa em tão pouco tempo, sabe?
Foi um abraço que eu dei em mim mesma. Enquanto, de olhos cheios, eu olhava aquelas massas de cor e água, eu sussurrei no meu ouvido que preciso dar tempo ao tempo, tempo a prática, tempo ao entendimento. Se em 7 anos eu olhar para minhas pinturas e falar "ok, isso está começando a funcionar", estarei mais que satisfeita. Se demorar mais, tudo bem. Faz parte. Por enquanto eu continuo, eu lido com meus erros porque sei que é deles que virão meu aprendizado.
pas
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Babadook e oficina na oswald
Tem dia que falta assunto, tem dia que sobra. Hoje tem tanta coisa na minha cabeça que está difícil ordenar.
Pra começar, descobri que um erro no algoritmo da Netflix acabou por transforma o monstro Babadook de um filme de terror independente em um símbolo LGBT. Claro que adorei nosso novo mascote e desenhei ele todo orgulhoso.
Aliás, junho é o mês que se comemora o orgulho LGBT e quero fazer uns textos direcionados a isso, com calma e com carinho porque é bem importante.
Segue BABADOok:
Aliás, junho é o mês que se comemora o orgulho LGBT e quero fazer uns textos direcionados a isso, com calma e com carinho porque é bem importante.
Segue BABADOok:
Também fui na oficina de desenho e pintura expandido estou frequentando na Oswald de Andrade com o pessoal do Atelier do centro e tem tantas coisas para falar sobre essa experiência que também que fazer isso com calma (e não morrendo de sono a uma da manhã), mas segue rabisco que fiz enquanto escutava Gabriela Celan respondendo as perguntas do pessoal:
A formatação vai ficar tudo meio zuado porque estou blogando do celular!
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Julia & Julie, autossabotagem e blogar diariamente
A internet era um lugar bem diferente em 2002, blogs eram uma coisa bem diferente no começo dos anos dois mil. Eles faziam sentido, de alguma forma estranha. Comecei minha vida de blogueira nessa época, meu blog era um blog diário. Não tenho os arquivos dele guardados e não me recordo exatamente sobre o que eu escrevia, mas era um exercício diário de abrir a página e escrever o que quer que fosse. Talvez minha compulsão por escrever tenha sido muito alimentada por essa cultura.
Ontem assisti ao filme Julie & Julia que, entre muitas outras coisas, fala dessa época em que os blogs começam a ganhar uma visibilidade. Julie está infeliz com sua vida e decide fazer todas as receitas do livro de cozinha francesa para americanas de Julia Child e postar isso em um blog diário. Junto com os percalços das receitas, ela retrata em seu blog os desafios que incorporar isso ao seu dia-a-dia trouxe, o cansaço de chegar em casa e ainda cozinhar todos os dias e seu casamento, que fica em segundo plano enquanto ela está nessa jornada. Julie comenta no começo do filme como ela sente que nunca termina nada, que ela não pode ser uma escritora, afinal o livro que estava escrevendo ficou pela metade e assim, a missão de chegar ao fim de todas as receitas se torna importante para ela provar para ela mesma que ela consegue terminar alguma coisa.
Tenho me sentido uma pessoa sem uma causa, eu tenho uma tendência enorme a auto-sabotagem. Nunca termino nada. Mesmo quando estou super empolgada e engajada, eu tropeço em alguma crise enorme no meio do caminho e acabo largando as coisas por terminar, eu sempre sou derrotada por uma força enorme dentro de mim. Isso desde sempre. Ao ver o filme, eu me questionei se talvez não precisasse de uma missão que envolvesse algo diário, algo que dia-a-dia eu fosse obrigada a comparecer, a mostrar resultados (e novamente minha mente me respondeu com "você JAMAIS conseguiria fazer algo do tipo").
No começo desse ano, estava focada na produção de uma História em quadrinhos voltada para o público infanto-juvenil, ainda quero dar continuidade a esse projeto, mas nada são flores. Cogitava a auto-publicação (impressa), só que mais e mais isso parece uma ideia extremamente idiota e tudo isso foi me desanimando. Ficar ouvindo em looping que eu jamais vou conseguir é complicado. Dar continuidade a uma coisa que o tempo todo estão tentando te convencer de que não vai acontecer (mesmo quando quem está tentando me convencer é minha cabeça), é pesado. E assim, produzir uma história em quadrinhos sozinha envolve tantas coisas que, claro, é um trabalho diário, mas não é um trabalho diário em que existe um resultado no final de cada dia. As coisas acontecem devagar.
A ideia de postar os estudos diários foi um pouco essa, mas novamente minha mente atacou e falou "quem vai querer ver essa porcaria?" e a resposta que não consegui dar (e deveria ter dado) no momento foi "eu". Não importa muito quem veja ou quem queira ver ou quem não queira ver. Não importa se esteja bom, ruim, péssimo. Não importa se ACHEM que está ruim, bom, ótimo. No momento que eu me proponho a postar diariamente é pra que eu me sinta motivada a produzir e que ao final de um período eu olhe e veja que "olha, a produção realmente existe".
Enfim, tudo isso pra dizer que vou tentar novamente. Meu desafio diário vai ser postar aqui, um texto e uma ilustração/estudo/tirinha.
É isso. Me desejem sorte.
Ontem assisti ao filme Julie & Julia que, entre muitas outras coisas, fala dessa época em que os blogs começam a ganhar uma visibilidade. Julie está infeliz com sua vida e decide fazer todas as receitas do livro de cozinha francesa para americanas de Julia Child e postar isso em um blog diário. Junto com os percalços das receitas, ela retrata em seu blog os desafios que incorporar isso ao seu dia-a-dia trouxe, o cansaço de chegar em casa e ainda cozinhar todos os dias e seu casamento, que fica em segundo plano enquanto ela está nessa jornada. Julie comenta no começo do filme como ela sente que nunca termina nada, que ela não pode ser uma escritora, afinal o livro que estava escrevendo ficou pela metade e assim, a missão de chegar ao fim de todas as receitas se torna importante para ela provar para ela mesma que ela consegue terminar alguma coisa.
Tenho me sentido uma pessoa sem uma causa, eu tenho uma tendência enorme a auto-sabotagem. Nunca termino nada. Mesmo quando estou super empolgada e engajada, eu tropeço em alguma crise enorme no meio do caminho e acabo largando as coisas por terminar, eu sempre sou derrotada por uma força enorme dentro de mim. Isso desde sempre. Ao ver o filme, eu me questionei se talvez não precisasse de uma missão que envolvesse algo diário, algo que dia-a-dia eu fosse obrigada a comparecer, a mostrar resultados (e novamente minha mente me respondeu com "você JAMAIS conseguiria fazer algo do tipo").
No começo desse ano, estava focada na produção de uma História em quadrinhos voltada para o público infanto-juvenil, ainda quero dar continuidade a esse projeto, mas nada são flores. Cogitava a auto-publicação (impressa), só que mais e mais isso parece uma ideia extremamente idiota e tudo isso foi me desanimando. Ficar ouvindo em looping que eu jamais vou conseguir é complicado. Dar continuidade a uma coisa que o tempo todo estão tentando te convencer de que não vai acontecer (mesmo quando quem está tentando me convencer é minha cabeça), é pesado. E assim, produzir uma história em quadrinhos sozinha envolve tantas coisas que, claro, é um trabalho diário, mas não é um trabalho diário em que existe um resultado no final de cada dia. As coisas acontecem devagar.
A ideia de postar os estudos diários foi um pouco essa, mas novamente minha mente atacou e falou "quem vai querer ver essa porcaria?" e a resposta que não consegui dar (e deveria ter dado) no momento foi "eu". Não importa muito quem veja ou quem queira ver ou quem não queira ver. Não importa se esteja bom, ruim, péssimo. Não importa se ACHEM que está ruim, bom, ótimo. No momento que eu me proponho a postar diariamente é pra que eu me sinta motivada a produzir e que ao final de um período eu olhe e veja que "olha, a produção realmente existe".
Enfim, tudo isso pra dizer que vou tentar novamente. Meu desafio diário vai ser postar aqui, um texto e uma ilustração/estudo/tirinha.
É isso. Me desejem sorte.
terça-feira, 4 de abril de 2017
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Tag: Estudos do dia
Olá!
Vou começar a colocar aqui desenhos/estudos/pinturas que faço diariamente.
Hoje a qualidade das imagens está bem ruins, a ideia é melhorar isso, sim.
Mas eu precisava começar em algum momento, o momento é agora. As imagens normalmente estarão em baixa mesmo, a não ser que seja um trabalho finalizado e tal. Como são estudos, é mais para acompanhar o desenvolvimento mesmo e me manter motivada a sempre produzir!
Vou começar a colocar aqui desenhos/estudos/pinturas que faço diariamente.
Hoje a qualidade das imagens está bem ruins, a ideia é melhorar isso, sim.
Mas eu precisava começar em algum momento, o momento é agora. As imagens normalmente estarão em baixa mesmo, a não ser que seja um trabalho finalizado e tal. Como são estudos, é mais para acompanhar o desenvolvimento mesmo e me manter motivada a sempre produzir!
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Tag: Playlists
Uma das sessões que abro aqui no novo Capin-Cidreira é a de playlists. São playlists que crio no spotify e vocês podem ouvir, seguir, compartilhar.
Um tipo de Playlist que gosto de criar é aquela que evoca um sentimento específico, elas não necessariamente tem a mesma temática ou estrutura, mas elas despertam uma memória, um cheiro, uma cor determinada.
Atualmente tenho algumas playlists prontas e vou fazer postagens falando sobre elas, qual foi o sentimento buscado ali e qual é a função de emular tal sentimento.
Por enquanto, vocês já podem ouvi-las no Meu Perfil :3
Um tipo de Playlist que gosto de criar é aquela que evoca um sentimento específico, elas não necessariamente tem a mesma temática ou estrutura, mas elas despertam uma memória, um cheiro, uma cor determinada.
Atualmente tenho algumas playlists prontas e vou fazer postagens falando sobre elas, qual foi o sentimento buscado ali e qual é a função de emular tal sentimento.
Por enquanto, vocês já podem ouvi-las no Meu Perfil :3
Para a criança
Hoje, se te chamasse pra conversar, desconfio que não falaríamos mais a mesma língua. Saberia eu, na minha ignorância adquirida, começar uma conversa sobre algo de relevância?
A idade só me trouxe desinformação. Conversas sobre o clima.
A idade me permite ir a lugares muitos distantes que antes só me eram acessíveis através da imaginação, entretanto, quando chego a esses lugares, não sei o que busco. Não me é evidente o que olhar, com quem conversar. Falta-me sua linguagem para que eu possa atribuir sentido a essas novidades a que você não me acompanha, essas turbulentas informações que não consigo designar sentido.
E se chego até você buscando ajuda, faço-o sem saber como. Essa fenda que se abre pode subitamente se fechar e minha pergunta vai ficar suspensa no ar. Caso aconteça, não venha me procurar. Adianto-lhe o que iria encontrar: um corpo desengonçado que nem senhor de si é, que tem medo da noite, que não dorme no escuro, que não faz por medo de errar.
Escuta, não venha. Não há nada para ver aqui. Ajude-me quando eu lhe buscar, é tudo que imploro. Pois sou vazio, pois sou confuso e já não sei mais das coisas, já não sei mais de nada.
Perdi-me num anseio enorme de achar que quem crescia era quem sabia do mundo.
Não sabemos de nada. Nossa consciência é turva, nosso tempo dedicado a coisas sem sentido.
Repito, não sabemos de nada. E agimos como se isso fosse irrelevante, fato de pouca importância.
Estamos preocupados em preparar almoços, discutir com parentes, fomentar guerras. Estamos atarefados ignorando o conhecimento de quem realmente o detêm. Estamos ocupados calando-os.
E estamos também ocupados procurando dentro da gente a estrada que nos leva a vocês. Porque carregamos fardos pesados demais e queremos que seja por um motivo: a gente espera que vocês saibam qual.
Mas eu não.
Carregamos fardos porque somos tolos, buscamos vocês porque somos egoístas e calamos a todos porque nos achamos o centro do mundo.
E já estou me dispersando, fugindo do assunto.
Se te invoco, é para reaprender com você a ver o mundo, a saber das coisas. Se me aproximo de você e desestabilizo o ecossistema frágil de sua existência, é porque, como antropólogo curioso, quero dar-te voz. Quero torná-la meu nativo. Pois é isso o que você foi, o que você é. E por isso sua voz é tão poderosa. Porque você intrigava mesmo os seus semelhantes. Entre as crianças, você sempre foia que só queria performar esse papel. E dentro dele, você assumiria todos os outros. Como um ator que sabe que, em primeiro lugar e antes de qualquer coisa, ele é um ator e em seguida estão todos seus papeis. Você é criança.
Você é algo que eu jamais poderei ser.
Sendo assim, busco orientação, nada me tornará você, nada mudará a essência do que sou agora. Mas sua orientação pode ser a diferença entre eu carregar fardos por uma estrada estranha que acredito levar ao passado, ou eu caminhar de cabeça erguida por terras nunca desbravadas com a certeza de que não fiz por mal em abandonar todos os pesos.
A idade só me trouxe desinformação. Conversas sobre o clima.
A idade me permite ir a lugares muitos distantes que antes só me eram acessíveis através da imaginação, entretanto, quando chego a esses lugares, não sei o que busco. Não me é evidente o que olhar, com quem conversar. Falta-me sua linguagem para que eu possa atribuir sentido a essas novidades a que você não me acompanha, essas turbulentas informações que não consigo designar sentido.
E se chego até você buscando ajuda, faço-o sem saber como. Essa fenda que se abre pode subitamente se fechar e minha pergunta vai ficar suspensa no ar. Caso aconteça, não venha me procurar. Adianto-lhe o que iria encontrar: um corpo desengonçado que nem senhor de si é, que tem medo da noite, que não dorme no escuro, que não faz por medo de errar.
Escuta, não venha. Não há nada para ver aqui. Ajude-me quando eu lhe buscar, é tudo que imploro. Pois sou vazio, pois sou confuso e já não sei mais das coisas, já não sei mais de nada.
Perdi-me num anseio enorme de achar que quem crescia era quem sabia do mundo.
Não sabemos de nada. Nossa consciência é turva, nosso tempo dedicado a coisas sem sentido.
Repito, não sabemos de nada. E agimos como se isso fosse irrelevante, fato de pouca importância.
Estamos preocupados em preparar almoços, discutir com parentes, fomentar guerras. Estamos atarefados ignorando o conhecimento de quem realmente o detêm. Estamos ocupados calando-os.
E estamos também ocupados procurando dentro da gente a estrada que nos leva a vocês. Porque carregamos fardos pesados demais e queremos que seja por um motivo: a gente espera que vocês saibam qual.
Mas eu não.
Carregamos fardos porque somos tolos, buscamos vocês porque somos egoístas e calamos a todos porque nos achamos o centro do mundo.
E já estou me dispersando, fugindo do assunto.
Se te invoco, é para reaprender com você a ver o mundo, a saber das coisas. Se me aproximo de você e desestabilizo o ecossistema frágil de sua existência, é porque, como antropólogo curioso, quero dar-te voz. Quero torná-la meu nativo. Pois é isso o que você foi, o que você é. E por isso sua voz é tão poderosa. Porque você intrigava mesmo os seus semelhantes. Entre as crianças, você sempre foia que só queria performar esse papel. E dentro dele, você assumiria todos os outros. Como um ator que sabe que, em primeiro lugar e antes de qualquer coisa, ele é um ator e em seguida estão todos seus papeis. Você é criança.
Você é algo que eu jamais poderei ser.
Sendo assim, busco orientação, nada me tornará você, nada mudará a essência do que sou agora. Mas sua orientação pode ser a diferença entre eu carregar fardos por uma estrada estranha que acredito levar ao passado, ou eu caminhar de cabeça erguida por terras nunca desbravadas com a certeza de que não fiz por mal em abandonar todos os pesos.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Assinar:
Comentários (Atom)
O Silêncio é seu amigo
Faz tempo que não venho aqui. A verdade é que volto aqui quando preciso desse espaço: um lugar quieto que eu possa falar sozinha na interne...
-
Faz tempo que não venho aqui. A verdade é que volto aqui quando preciso desse espaço: um lugar quieto que eu possa falar sozinha na interne...
-
Há alguns anos atrás, eu passei por um término que me marcou bastante, foi uma fase de mudanças múltiplas em mim. Muito do que eu acredi...
-
O Senhor dos Anéis do Tolkien foi meu livro favorito na adolescência e marcou muito minha vida como um todo, de tempos em tempo pego pa...









































